Palácio Real de Bruxelas e arredores
O Palácio Real ou Palais Royale em Bruxelas é a residência administrativa do rei belga e seu principal local de trabalho, o que convenhamos, é um lugar bem agradável para se fazer de home office. É lá que o rei recebe os representantes políticos como chefes de estado e embaixadores. Além de local para as atividades administrativas, o palácio também possui salas, e muitas salas, como esperado,para outros assuntos da família real como recepções, concertos e almoços.
Mas não é nesse palácio que a monarquia mora, ele funciona mesmo apenas para assuntos administrativos, a família real mora de fato é no Castelo Real de Laeken, localizado na periferia de Bruxelas, próximo ao Atomium.
Quando a bandeira belga está hasteada no topo do Palácio Real, significa que o rei está no país. A história da monarquia belga é exposta no Museu BELvue, que fica ao lado do Palácio Real.
Desde 1965, o palácio abre suas portas para o público em geral durante o verão, logo após o feriado nacional de 21 de julho, quando é comemorada a independência da Bélgica do domínio holandês. O palácio permanece aberto para visitação até o mês de setembro entre 10:30 e 16:30.
Nesse período, locais e turistas podem visitar seus cômodos como a sala do trono, decorada com baixos relevos de ninguém menos que Rodin, a sala Goya, que como o nome sugere, é decorada com tapeçarias inspiradas nas pinturas de Goya e a sala de Espelhos, cujo teto e lustre são decorados com 1,4 milhão de asas iridescentes de besouros tailandeses. Parece bizarro, mas o uso de asas desse besouro é uma antiga arte praticada na Tailândia, Myanmar, Índia, Japão e China, onde as asas desse besouro são aplicadas em decoração, roupas, artesanatos, joias, dentre outros.
Infelizmente, em nenhuma das vezes em que fui para Bruxelas, o Palais Royale estava aberto para visitação. As fotos abaixo são de outros sites. Para acessá-los, basta clicar em qualquer uma das fotos.
Em frente ao palácio temos o Parc de Bruxelles, um parque muito agradável e o mais antigo da cidade. Ele foi criado em 1776, sendo que antes disso o parque funcionava na verdade como o campo de caça para os duques de Brabante. Foi a imperatriz austríaca Maria Tereza, que nessa época governava a cidade, que fez com que o Parque de Bruxelas tivesse seu desenho simétrico, lembrando os parques da França.
Também há uma influência da maçonaria do século 18, uma vez que a estrutura formada pelos caminhos e fontes principal do parque lembram os símbolos maçônicos do compasso e esquadro.
No passado, o Parc de Bruxelles foi palco também da luta dos nativos pela independência do domínio holandês, que após a batalha foram expulsos do país, hoje, o parque é praticamente o pulmão verde da cidade, até mesmo pela sua localização tão central.
Algumas vezes, eu aproveitava para tomar meu café da manhã nesse parque. Comprava alguns itens no supermercado próximo e me sentava lá para comer. Ele é bem tranquilo e muito arborizado. Não é tão pomposo quanto os parques de Paris ou com esculturas tão significativas quanto o Vigelandsparken de Oslo, mas tem o seu charme e cai muito bem para uma caminhada, ou momento de relaxar um pouco e curtir o verde e as estátuas e fonte espalhadas por lá.
Como eu gosto muito dos parques em geral na Europa, acho que vale muito a pena parar por alguns momentos para descansar e apreciar a calma e beleza desse parque.Do outro lado do parque, em sentido exatamente oposto ao Palácio Real, na Rue de Louvain, fica o Palais de La Nation, ou Palácio da Nação, traduzindo seu nome. O prédio, em estilo neoclássico, foi construído entre 1779 e 1783. O Palais de La Nation é a sede do parlamento belga desde 1830, e junto com o Palácio Real simbolizam a monarquia constitucional, regime de governo da Bélgica, com cada palácio representando um poder, sendo o Palácio Real a casa administrativa do chefe de estado e o Palácio da Nação, a sede do governo conduzido pelo primeiro ministro. Daí a razão desses dois prédios estarem propositadamente um de frente ao outro, tendo o parque entre eles.
Ainda bem próximo ao Palácio Real, do lado do parque, está a Academie Royale, construída entre 1823 e 1826. Também em estilo neo-clássico, esse palácio foi originalmente a residência do príncipe Willian de Orange como uma homenagem pela atuação do herdeiro do trono holandês na famosa batalha de Waterloo.
Foi somente em 1876 que o prédio foi usado como sede para a Academia Real de Ciências, Literatura e Belas Artes e Academia de Medicina, e apesar de algumas mudanças em sua história, como por exemplo, a ocupação alemã durante a II Guerra, o ex-palácio permanece até hoje dedicado às ciências e artes, duas disciplinas belas e necessárias, e para falar a verdade as minhas preferidas.