Vendo, sentindo e ouvindo a música no Musée des Instruments de Musique
O Musée des Instruments de Musique, ou MIM, é um dos meus museus favoritos, está no Top 10 da minha lista de museus. Afinal, é um museu inteiramente dedicado à musica e o primeiro, e na verdade único, desse tipo que visitei.
O MIM é um dos museus citados no site do MIMO, Musical Instruments Museums Online, que reúne uma série de museus europeus, disponibilizando todo o acervo para consulta online, quase 56 mil instrumentos. Dá para se perder nesse site.
Além dos museus indicados no MIMO, há ainda o Musical Instrument Museum em Phoenix, Arizona e o Museu da Música, em Lisboa. No Brasil há o Museu dos Instrumentos Musicais, ou MIMU, em Curitiba e o Museu da Música em Itu.
O MIM fica localizado em um lindo prédio que combina com o explendor do seu acervo. Na verdade é um complexo restaurado, cuja construção é em parte Art Noveau e em parte neoclássica, construído em 1898 pelo arquiteto Paul Saintenoy.
São mais de sete mil instrumentos musicais que constam no acervo desse museu, mas infelizmente, a maior parte deles fica guardada em salas não acessíveis para o público em geral. Bom, seja como for, de qualquer forma, há muito o que explorar nesse museu.
As coleções são cuidadas por uma equipe de cientistas chamados de organologistas, que são especialistas no estudo de instrumentos musicais, o que convenhamos, é uma atividade para lá de interessante, principalmente para aqueles, que como eu, amam música e história. Que inveja, rs!
As peças em exibição estão divididas em 4 galerias, ou andares, onde além dos instrumentos há também as explicações sobre suas origens, funcionamento, época, e o melhor de tudo, sua sonoridade.
No subsolo ficam os instrumentos eletrônicos, elétricos e mecânicos. No primeiro andar, estão os instrumentos tradicionais de música, tanto ocidental quanto oriental. Já no segundo andar é possível ver os instrumentos clássicos ocidentais dispostos em uma ordem mais ou menos cronológica, desde a época medieval e renascentista até o final do século XIX.
O quarto andar é o meu preferido, lá ficam os pianos, cravos e outros teclados e as harpas. Lindos instrumentos que proporcionam belíssimas músicas. No terceiro andar não há instrumentos em exposição, nesse andar fica a biblioteca.
Logo na entrada, recebemos fones de ouvido que permitem ouvir o som que o instrumento faz, quando nos posicionamos no sinal de fone de ouvido existente no chão, na frente dos instrumentos.
Isso foi o mais mágico para mim. Poder ouvir os diferentes sons e as diversas músicas criadas por instrumentos tão simples ou complexos, conhecidos ou totalmente estranhos para mim, foi uma das melhores experiências que já vivi em um museu ou mesmo nas vivências que tive no mundo da música, seja ocidental ou oriental. Esse é um dos motivos porque gosto tanto desse museu. Não apenas eu, é claro, afinal o MIM recebe anualmente cerca de 125.000 visitantes.
Além das galerias, o museu conta também com uma sala de concerto, espaço para workshops, loja, livraria e um restaurante no terraço. Desde maio de 2015, Thomas Meuwissen, um belga fabricante de violinos finos, criou um workshop permanente sobre a fabricação de violinos, de acesso gratuito. Que tudo!
Na loja do museu, além dos souvenires já esperados, é possível também comprar livros e CDs de diversos estilos musicais e instrumentos. Eu comprei alguns de piano, cravos e de música medieval. Um verdadeiro deleite para músicos, estudantes de música ou simples admiradores.
O museu abre de terça a sexta entre 9:30 e 17:00. Sábado, domingo e feriado, abre mais tarde, as 10:00. É fechado as segundas e também em feriados como 1 de janeiro, 1 de maio, 11 de novembro e 25 de dezembro. O restaurante segue os horários do museu.
O ingresso custa 8,00 euros para adultos entre 26 e 64 anos, adultos acima ou abaixo dessa faixa pagam 6,00 euros. Crianças e adolescentes até 16 anos pagam 2,00 euros. O áudio-guia para ouvir as músicas está incluso no valor do ticket, mas o visitante pode também usar os próprios fones de ouvido, se quiser.
Vale muito a pena conhecer esse museu, bom, eu já fui duas vezes e, quando puder retornar, o farei com certeza. Afinal, como escrevi no início, o MIM é um dos meus museus preferidos. Um lugar que reúne música, arte e história no mesmo local só pode mesmo ser muito especial.