Jardin Majorelle, um local de inspiração em Marrakech
No último dia em Marrakech aproveitei a manhã livre e ligeiramente fria para conhecer o Jardin Majorelle. Pegamos um taxi no hotel e nos dirigimos para o jardim logo cedo, porém para nossa surpresa, o taxi parou em frente a um centro comercial e disse que esperaria por nós, caso quiséssemos fazer compras lá.
Bom, em se tratando de comércio e marroquinos, é preciso ser bem incisivo quando não se deseja comprar nada. Assim, após deixar bem claro ao motorista que nosso objetivo realmente era visitar o Jardin Majorelle, ele seguiu para lá.
O Jardin Majorelle foi fundado pelo francês Jacques Majorelle que se mudou para Marrakech em 1919 para seguir com a carreira de pintor. Em 1924 ele comprou o terreno que viria a se tornar o belo jardim, que só foi aberto oficialmente ao público em 1947. Hoje é um dos lugares mais visitados de Marrakech, recebendo mais de 600 mil turistas ou cidadãos marroquinos por ano.
O jardim ocupa uma área de cerca de meio hectare, onde estão distribuídas plantas exóticas, vários tipos de cactos, bambus, buganvílias e muitas outras plantas vindas dos cinco continentes, o que fez de Jacques Majorelle um dos colecionadores de plantas mais importante de sua época. Tudo muito bem organizado com detalhes de vasos e canteiros em tom de azul cobalto, junte-se a isso fontes que refrescam o local e todo o conjunto forma quadros perfeitos favorecendo a tomada de belas fotos.
Aliás, o azul do jardim contrasta com os tons ocres, característicos de Marrakech, o que torna o Majorelle ainda mais especial e único dentro da cidade.
O local emana uma paz e harmonia muito grande. Como cheguei bem cedinho, logo que o jardim abriu ao público, o espaço estava vazio, com poucos turistas que chegaram somente mais tarde. Assim, deu para aproveitar bem cada recanto do jardim, apreciando ao máximo toda sua beleza exótica e personalidade única.
Sobre o local, Jacques Majorelle dizia “Este jardim é uma tarefa terrível, que eu dou-me inteiramente. Ele toma meus últimos anos e eu caio exausto sob seus ramos, depois de dar todo o meu amor“. Bom, a fama criada pelo belo jardim acabou por ultrapassar as obras criadas pelo pintor.
Em 1980, Yves Saint Laurent e Pierre Bergé compraram o jardim e decidiram morar no local, mudando seu nome para Villa Oasis. Yves Saint Laurent usava o jardim como fonte de inspiração para suas criações. Andando por seus caminhos em meio a tantos cactus e outras plantas exóticas dá para entender o porquê da escolha do jardim para a inspiração do estilista.
Segundo as palavras de Yves Saint Laurent: “Faz muitos anos que encontro no Jardin Majorelle uma fonte inesgotável de inspiração e seguidamente sonho com suas cores que são únicas“.
A bela casa azul, em estilo art decó existente no jardim abriga hoje o museu de arte marroquina (Musée d’Art Marocain), com exposições da cultura bérbere. Há também uma loja com vários artesanatos, velas e sabonetes perfumados, principalmente com essência de flor de laranjeira (uma das minhas fragrâncias preferidas) e outros produtos típicos.
Aproveitei minha manhã tranquila no Jardin Majorelle para tirar várias fotos, usei a beleza do local para fazer um ensaio fotográfico com um dos muitos lenços que comprei durante a viagem, resultando em um book a la marroquina. Ali pude aliar duas paixões, viagem e fotografia.
Ao final da visita, retornei ao hotel, me despedi de Marrakech e retornei para Casablanca de onde pegaria o vôo para Madri.
O Jardin Majorelle fica na avenida Yacoub El Mansour. Abre diariamente das 8:00 as 17:30 no inverno (outubro a abril) ou até as 18:00 no verão (maio a setembro). O ingresso para o jardim custa 50 dihans (aproximadamente 4,50 euros), com um acréscimo de 25 dihans para o museu de Arte Marroquina.